A aventura começou na hora de arrumar a mala.
A regra era clara:
Eu nunca tinha viajado de mochila, viajei sempre com minha mala de mão. Como a travessia era mais longa, achei prudente a mochila. Minha mãe, que é bem mais mochileira que eu, me emprestou.
Na hora de fazer a mala, a pergunta veio:
O QUE É ESSENCIAL PRA MIM?
Foi interessante porque eu descobri, por exemplo, que tinha poucos shortinhos, blusinhas de ficar de boas, sabe? Percebi o quanto isso dizia sobre a minha vida.
E confesso que foi leve não levar uma necessaire imensa de um monte de maquiagem, mais aquele monte de acessórios. Eu não precisava nada além de mim e poucas roupas. Só com a arrumação da mala, me veio o insight de que carregamos muitas tralhas (físicas e emocionais na vida) na vida.
No Dia de Natal, fui pra POA, meu voo era na madrugada de sábado para domingo. Lá pelas 22h, eu já em POA, recebemos uma mensagem no grupo do curso dizendo que a situação na Bahia estava muito caótica pela enchente, e que a travessia até Piracanga estava complicada. Sugeriram, inclusive, que quem sentisse de não ir, que o valor seria creditado em outro curso.
No meu coração estava muito clara a mensagem: VÁ!
Estava na casa da Bianca, em POA, aluna que virou amigona do coração, ela disse: o que teu corpo diz?
Eu disse: que eu tenho que ir.
Ela: então vai, minha amiga aventureira! E vai me avisando da tua chegada!
Aquilo saia tanto do meu modus operandi dos últimos tempos: tudo tão controlado, tão sem espaço para surpresas, tão sem espaço para a vida.
Chegando na Bahia, no domingo de manhã, encontrei a Camila, a amiga que me convidou para ir para Piracanga. Ficamos um dia em Salvador e, na segunda, iniciamos a Travessia.
A travessia foi assim:
Em Itacaré, esperamos o Seu Adelino, que chegou pelas 19h.
Percorremos 1h, ou mais, não lembro direito - uma parte em asfalto e depois estrada de chão, com uns buracos imensos cheeeeios de água, não dava para ver nada.
Seu Adelino nos levou até um certo ponto, e depois o pessoal de Piracanga veio nos buscar de camioneta para passarmos pela ponte que nem aparecia mais na estrada. Foi louco! Os primeiros que chegaram durante a tarde, passaram de caiaque hehe
Essa foi a chegada com pratinho pronto nos esperando.
Comidas veganas. Only.
Camila e eu chegamos no quarto Golfinho.
Reza a lenda que a pessoa que descobriu Piracanga - uma fazenda de coqueiral abandonada - foi levada até lá por golfinhos.
Camila abriu um tarô que ela tem, e olha a carta que tiramos.
A magia estava só começando.
(continua...)
Com amor,
Roberta Souza